Liderado pela Elyse Energy, o projeto BioTJet visa construir e operar a primeira unidade francesa para a produção de bioquerosene avançado a partir de biomassa proveniente da silvicultura local e de resíduos de madeira.
Até 2027, o projeto BioTJet visa fornecer aos transportadores aéreos um volume de bioquerosene equivalente a 30 % do consumo anual de um aeroporto como Bordeaux Mérignac, bem como subprodutos para os sectores rodoviário e marítimo, e também para a indústria.
A empresa do projeto BioTJet foi oficialmente estruturada em dezembro de 2022. Cinco enrtidades confirmaram a sua participação no conselho de administração a Elyse Energy, a Avril, a Axens, a Bionext e o IFP Investissements (filial de investimento da IFP Energies nouvelles). No final desta operação, a Elyse Energy será detentora de mais de dois terços do capital, com o restante a ser repartido em partes iguais pelos principais parceiros a Avril, a Axens e o IFPI.
Fundada em 1983 por iniciativa do mundo agrícola, a Avril é o interveniente industrial e financeiro no sector francês dos óleos e proteínas vegetais e encontra-se presente em 19 países.
O grupo Axens oferece uma gama completa de soluções para a conversão de petróleo e biomassa em combustíveis, a produção e a purificação de produtos petroquímicos intermediários, a reciclagem química de plásticos, soluções para tratamento e conversão de gás natural, o tratamento da água e captação de carbono.
A Bionext foi fundada em 2010 pelos seis parceiros do projeto de I&D BioTfueL a Avril, a Axens, a CEA, o IFP Energies nouvelles, a TotalEnergies e a ThyssenKrupp Industrial Solutions. Durante 10 anos, a Bionext coordenou e geriu o projeto de I&D BioTfueL.
A IFP Investissements é a filial de investimento da IFP Energies nouvelles. A IFP Energies nouvelles (IFPEN) é um interveniente importante na investigação e formação nas áreas da energia, dos transportes e do ambiente.
O projeto BioTJet aproveita o processo BioTfueL®. Este processo foi testado, validado e otimizado como parte do projeto realizado entre 2010 e 2021 por um consórcio composto pela BioNext, a Avril, a Axens, a CEA, o IFP Energies nouvelles, a TotalEnergies e a ThyssenKrupp Industrial Solutions.
Está também em estudo a opção de injetar hidrogénio verde obtido por eletrólise da água. Para a mesma quantidade de biomassa equivalente, a adição de hidrogénio ao processo duplicaria a produção de combustível e contribuiria para desenvolver, a curto prazo e de forma eficiente, a utilização indireta de hidrogénio no sector aeronáutico do futuro.
A utilização do bioquerosene avançado (BioTJet), reduzirá as emissões de gases com efeito de estufa em pelo menos 70 % numa base de ciclo de vida em comparação com o querosene convencional. Espera-se que o projeto crie várias centenas de empregos locais permanentes, no sector da biomassa, e no local de produção.
Em conformidade com o roteiro francês para a implantação de biocombustíveis aeronáuticos sustentáveis, a estratégia nacional de baixo teor de carbono e os anúncios regulamentares europeus dos pacotes “Fit-for-55” e ReFuelEU Aviation, o BioTJet permitirá, com produção francesa, cumprir os objetivos de incorporação de combustíveis aeronáuticos sustentáveis de querosene.
Consequentemente, o projeto BioTJet recebeu o apoio da ADEME no âmbito do 4º Programa de Investimento para o Futuro – França 2030 através da Convocatória de Projetos para o “Desenvolvimento de um sector de produção francês de combustíveis aeronáuticos sustentáveis”. Espera-se uma decisão final de investimento no final de 2024 e o início das operações até 2027.